sexta-feira, 10 de julho de 2009

Para refletir


"(...) a natureza fez tanta coisa para transmitir a vida! Não mede esforços para produzir milhões de espermatozóides cheios de audácia para se propulsarem e uma incansável sequência de óvulos. Com prodigiosa força de atração, ela lança machos e fêmeas uns ao encontro dos outros. Prepara o corpo da mulher do modo mais engenhoso, a fim de facilitar o contato. Sua solicitude chega até a mergulhar o embrião num líquido salgado, muito parecido com as águas do oceano primitivo. Como para propiciar a vida, cujo despontar se deu nesse elemento. Depois disso e de tantas outras façanhas destinadas a preservar nossa reprodução, como imaginar que, na última etapa, ela vá sabotar todo esse projeto? Como imaginar que o corpo dos mamíferos humanos não seja capaz de dar passagem ao fruto admiravelmente cultivado durante meses? Como imaginar que a natureza tenha justamente esquecido de prever a saída?"

Marie Bertherat em " Quando o Corpo Consente" (Editora Martins Fontes)

Um comentário:

  1. Que texto lindo!
    Confesso que esse era meu maior medo em relação ao parto normal... Por ser pequena pequena, ficava pensando: e se o bebê não passar?
    Medo fruto da ignorância! Hoje (2 meses e muito estudo depois) estou totalmente segura quanto a isso. A natureza jamais seria injusta a esse ponto: me permitir conceber e gerar um bebê saudável para depois deixá-lo entalado lá dentro.

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